Amanda Lyra aborda deficiência e aceitação em episódio da série Descasca

Amanda Lyra. Crédito: Nathalia Tsiflidis

A compositora, produtora, apresentadora e co-idealizadora do Projeto Solyra, Amanda Lyra escreve suas inquietações e provocações no blog da PEITA desde março de 2019.

Ela foi convidada para protagonizar o episódio “A Poética da Cicatriz” para o Descasca – um projeto idealizado pela produtora Cinema Sensível com o apoio da marca-protesto Puta Peita.

Sem a pretensão de desvendar a essência do ser humano ou oferecer um significado ao ser mulher, o documentário Descasca penetra no invólucro de suas convidadas e traz sentimentos bem guardados.

E neste episódio, Amanda Lyra traz a tona provocações e reflexões sobre seu próprio corpo e ressinifica os sentimentos sobre corpos com deficiências – que ainda são marginalizados e vistos como incapazes ou incompletos por velhos preconceitos de uma sociedade capacitista.

“…SIM, ESSA SOU EU, EM TODA MINHA IMPERFEIÇÃO MARAVILHOSA QUE ME FAZ SER EXATAMENTE QUEM EU SOU.” – AMANDA LYRA

Assista aqui:

De quantas camadas você é feita? Quantas cascas você sobrepôs ao longo dos anos para se proteger e enfrentar o mundão lá fora? Quando voltamos os olhos para dentro percebemos o quanto somos únicas e múltiplas. Temos nossas subjetividades, complexidades, vivências e ancestralidade.

Amanda Lyra 

Neste episódio Amanda Lyra, que é artista com deficiência, com atrofia muscular espinhal do tipo 3 e cadeirante, fala sobre como o fato de aceitar sua existência em seu corpo é se libertar dos seus próprios medos.

“Uma das experiências mais incríveis que tive na vida foi fazer esse mini doc. Expor meu corpo e minhas cicatrizes foi libertador e sem dúvida, foi um divisor de águas na minha vida. Emoção e gratidão se misturam aqui pra dizer: sim, essa sou eu, em toda minha imperfeição maravilhosa que me faz ser exatamente quem eu sou.” – relata a cantora.

Amanda Lyra, cantora, compositora, instrumentista, palestrante, apresentadora do Programa Café com Som, colunista da Puta Peita e Portal VRNews, analista de conteúdo de SEO da I-Cherry e influencer da causa PCD.

Busca difundir suas ideias de inclusão, aceitação e positividade através da arte e da comunicação. Recebeu da Câmara de vereadores o Prêmio Cidade de Curitiba pelo destaque alcançado nas áreas de arte, música, produção cultural e comunicação. Co-fundadora e coordenadora do Projeto Solyra, que foi um dos vencedores do Prêmio Viva Inclusão, por levar música gratuitamente para escolas de crianças e adultos com deficiências.

É tida como representatividade de artista e mulher com deficiência que luta contra o capacitismo, o machismo e a exclusão social através da palavra escrita, falada e cantada.

 

Descasca

“A Descasca existe porque falar sozinha não dá conta. A gente percebe que precisa de referências, compartilhar experiências para que possamos analisar as nossas próprias, de maneira mais saudável e mais leve. Estar em contato com essas mulheres e me enxergar em seus discursos é um alívio, porque finalmente é possível respirar e dizer que não sou somente eu a louca. É preciso mostrar que, além de lugares sociais, somos atravessadas por alguns dilemas subjetivos comuns ao ser mulher, ainda que soframos outras violências por raça, por sexualidade ou por classe social. Que nenhuma de nós é uma máquina sexual, independente do quanto nossos corpos são sexualizadas. Que todas sofremos com a solidão, e que é um processo fazer dela algo bom e construtivo. Que o número de engajamentos virtuais não reflete em riqueza interior. E que, principalmente, escutando umas às outras, podemos criar um lugar onde não soframos tanto. E que homens também podem nos escutar e se identificar com as nossas falas, o que até alguns anos atrás é inédito.” – Nathalia Tsiflidis.

Leia a entrevista completa com a produtora Nathalia Tsiflidis sobre o projeto Descasca no blog da Peita.

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Crédito: Redação Expresso Livre em parceria com Peita.

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