Escutar música é algo que muitas pessoas fazem o tempo todo. Com a facilidade que o celular nos trouxe, é fácil ver gente na rua com o fone de ouvido ou até mesmo levando caixinhas de som para tudo o que é lugar, como praças e parques. Mas você sabe quais influências que o som tem em nosso cérebro e como ele modifica nossas estruturas emocionais? Sim, isso acontece. E ainda mais, a música ativa em nosso cérebro áreas responsáveis pela interpretação do estímulo primário, o som, e isso acende outras regiões que estão mais ligadas com as emoções e sensações. E é por isso que às vezes choramos, rimos, nos acalmamos ou nos agitamos ao escutar alguma canção.
Um estudo publicado na revista científica norte-americana Neuron, em 2015, explica que o impacto da música pode ser refletido em aspectos da vida diária como, por exemplo, o humor e a capacidade de raciocinar. A pesquisa ainda explica que as harmonias geram sentimentos alegres ou tristes e ativam também a memória afetiva, o que nos remete a momentos importantes. É por isso que ouvimos uma música que marcou uma relação, ou uma festa importante, e automaticamente nos transportamos para aquele momento e o que ele nos fez sentir.

Você alguma vez já sentiu que estava conversando com a música? Isso acontece quando a letra da canção descreve uma situação em que estamos vivendo e é identificado por especialistas quando a música vira uma fonte de informação de algum assunto em que está em nosso chamado estado de alerta. Quando isso acontece, ficamos ainda mais receptivos para novas informações.
A pesquisa da revista Neuron também aponta que a curto prazo a música pode melhorar a concentração e a longo prazo facilita a absorção de novas ideias, além de ajudar com novas linguagens e informações. Um exemplo é aprender outro idioma escutando música e outro é desvendar histórias e acontecimentos que são contados através de canções, como os sambas que narram a história do Rio de Janeiro e a vida do carioca ou o sertanejo que reflete os sentimentos de uma pessoa que vive em cidades do interior, como é o caso da famosa “No dia em que eu saí de casa”, que deixou conhecida a história de Zezé di Camargo e Luciano.
Outra forma da música conversar com as pessoas é quando muitas delas são inspiradas em atividades, como por exemplo jogar poker, pois de alguma maneira o jogo é capaz de tocar nas emoções humanas com grande eficiência. É como se uma única mão de poker, que pode guiar um jogador a grandes altos e obscuros baixos, fosse também o ritmo de muitas canções. E é dessa maneira que incontáveis músicos e letristas inspiraram suas criaçõesnesse jogo. Desde a conhecida “Poker Face”, de Lady Gaga, até mesmo a músicas que inspiram jogadores famosos e fazem com que eles se animem tanto para realizar grandes jogadas, como também uma playlist compartilhada com outros atletas.
Há também a música que conversa com as pessoas através de processos pessoais, muito usada por aqueles que estão se descobrindo de alguma forma e querem compartilhar este processo com o mundo. Por exemplo, a compositora, produtora e apresentadora Amanda Lyra usa a música para falar dela mesma e tem feito até mesmo parte de documentários para contar todos os processos que está passando, servindo assim de inspiração para outras pessoas. Famosos como Cazuza, ao falar de suas aflições como pessoa, representam toda uma parte da população, ou também, a dupla Maiara e Maraísa, com sua animação e letras, tem mudado a forma como interpretamos a música sertaneja no Brasil.
Seja qual for o seu estilo musical, história de vida e até mesmo o humor do seu dia, sempre existe uma música que vai falar com você de alguma maneira, transformando sensações e trazendo novas formas de ver o momento e a vida.