
A ancestralidade é um assunto fundamental dentro do Sagrado Feminino para entendermos quem somos e o mais importante: o que precisamos curar em nós.
Pense em uma questão: quando a sua avó foi concebida, ela já carregava o óvulo que fecundado se tornaria sua mãe. E sua mãe, quando concebida também já carregava dentro de si o óvulo que fecundado se tornaria você.
Se o Sagrado Feminino ensina sobre o corpo da mulher, o emocional, os ciclos femininos físicos e psíquicos e orienta como a mulher pode se harmonizar novamente com a natureza externa e com a sua própria natureza, olhar para as que vieram antes de nós é crucial nesta trajetória.
Todas nós, mulheres, trazemos na nossa história construções de nossas mães, tias, avós, bisavós, tias avós… as mulheres mais velhas que compõem nossa estrutura familiar. Somos a convergência de uma grande rede de pessoas, nossos ancestrais.
Junto com essas construções carregamos na nossa bagagem da vida as crenças, os medos e conflitos, as dores e dificuldades que referenciam nossa estrutura e que ecoam em nossas mentes, almas e corpos.
Resgatar a nossa ancestralidade com respeito e parcimônia pode permitir que o mergulho que vamos dar dentro de nós mesmas seja menos turbulento.
Você é a sua mãe, a sua avó, a sua tia, a sua bisavó
Os idosos muitas vezes são esquecidos, e com isso são esquecidas também as memórias e histórias que fazem parte do alicerce da nossa construção.
Com isso, sem perceber, perde-se elementos importantes que poderiam auxiliar na análise da vida e dar referências para comparar eventos atuais com possíveis situações anteriores.
Sem essas referências, é quase impossível analisar e comparar possíveis ciclos de repetição entre as gerações. E muitas vezes é aqui que estão as dores, as culpas, os medos, os conflitos e as crenças. É neste ponto que acontece um profundo mergulho dentro de si e neste mergulho você pode encontrar a cura para muitas feridas, dores, paradigmas, e enxergar, finalmente, a perspectiva para um novo caminho.
Tem um ditado que diz que “quando uma mulher cura a si mesma, cura todas as mulheres de sua linhagem”. Sim, é verdade.
Olhar para a sua ancestralidade, pode te mostrar que a sua linhagem pede a cura, o encerramento de círculos viciosos ou comportamentos nocivos e cria um novo mundo saudável para as próximas gerações da sua família, meninas e meninos.
Conhecer as histórias das nossas mães, avós, tias e bisavós nos dá condições de analisar as nossas vidas com uma base real, e esclarece as dificuldades para as quais não encontramos resposta. Olhar a nossa história, analisar e entender tudo isso pode permitir o olhar diferente para o padrão de relacionamentos que temos também com o masculino, seja o masculino o namorado, marido, os filhos, irmãos, colegas de trabalho ou chefes.
Honrar a ancestralidade e reconhecer seus esforços, sua força, sua integridade, suas almas e corações, nos liberta de teias emocionais que podem ser seculares.
Honrar a nossa ancestralidade transforma todas as dificuldades em lições de luz que nos conduzirão ao nosso desenvolvimento. O segredo é focar na solução e não no problema.
As mulheres precisam, através da ancestralidade, reencontrar a própria história dentro de si e perceber melhor seus instintos, suas verdadeiras vontades e seus ciclos femininos. Esse processo ajudará a pensar e sentir com uma nova consciência.
Cada família carrega sua história e desafios. O papel de cada mulher é analisar os eventos, encontrar as lacunas, traumas, conflitos, e, sem julgamentos, buscar as dores que ainda latejam e que pedem cura.
Só assim haverá a libertação de suas ancestrais, a sua libertação e isso vai gerar a limpeza e leveza da linhagem para as suas descendentes.
Tudo isso pode doer, vai doer, mas deve ser feito com amor, interesse e no seu ritmo. Esse trabalho de autoconhecimento e autocura acontece devagar, e cada mulher é importante para a teia de cura e positividade.
Comece a conversar mais com as mais velhas. Saber sobre as histórias, e as histórias das histórias. Basta começar.
Até nosso próximo encontro.
LUA: MINGUANTE
AROMAS DA LUNAÇÃO: Bergamota e Cipreste
MENSAGEM DA SEMANA: O sagrado feminino é a espiritualidade feminina e não depende de nenhuma antiga, presente ou futura religião, mas pode e deveria estar integrado a todas as religiões.
Tânia Jeferson
Tânia Jeferson é jornalista profissional, curiosa sobre os enigmas do universo desde sempre, conectada com a natureza, interessada em cristais, elementais e principalmente na evolução do ser. Estuda o Sagrado Feminino, participa do Círculo de Aine e ministra oficinas e palestras sobre o universo do tema. Acompanhe no Instagram: @heyamistica