Lockdown precisa ser “cirúrgico” para ter efeito em Curitiba, diz médica infectologista da prefeitura

Foto: Divulgação Banda B

Marion Burger falou sobre a medida em live transmitida pelas redes sociais

FonteFelipe Ribeiro | Banda B 

Diante de pedidos diários para que a Prefeitura de Curitiba adote o chamado ‘lockdown’ para controle da propagação do novo coronavírus, a médica infectologista Marion Burger afirmou nesta terça-feira (23) que a estratégia não é a adequada para o atual momento de transmissão na capital paranaense. Em live transmitida pelas redes sociais, ela afirmou que a medida precisa ser “cirúrgica”.

“Não há necessidade de a gente fechar tudo porque o vírus vai continuar circulando entre nós, então mesmo que a gente tenha que adotar o fecha tudo, o lockdown que tantos tem falado, ela precisa ser uma estratégia cirúrgica, feita no momento certo e por um tempo certo”, afirmou Burger.

Na região metropolitana de Curitiba, duas cidades já necessitaram adotar ‘lockdown’ em localidades específicas: Campina Grande do Sul e Quatro Barras. Em Campina Grande do Sul, por exemplo, a medida zerou o número de novos casos nas duas semanas seguintes à implantação.

Segundo Marion, uma adoção antecipada de ‘lockdown’ pode prejudicar a efetividade. “É uma medida que dura duas semanas no máximo, senão a sociedade não aguenta. Se a gente fizer [lockdown] em um momento muito precoce, pode acontecer que quando fosse necessário, não ocorra mais. Lockdown é uma medida necessária para quando os indicadores nos mostrarem que é necessária, e não ser feita momentaneamente pensando que daqui duas semanas o vírus desaparece. É uma estratégia a ser feita para quando o sistema de saúde já não suporta mais um aumento ainda maior de casos. É esse o objetivo das bandeiras e elas são aplicadas com essa visão, porque mágica não vai resolver o problema”, concluiu.

Nesta terça-feira (23), Curitiba tem 75% de ocupação nos leitos exclusivos SUS Covid-19. Segundo a Secretaria de Saúde do Paraná, o Hospital Evangélico e a Santa Casa tinham lotação máxima nos leitos de UTI no final da tarde.

Curitiba adota restrições da bandeira laranja desde segunda-feira (15).

Boletim

No boletim, a Secretaria Municipal da Saúde de Curitiba confirmou ainda mais duas mortes de moradores da cidade por Covid-19 e 266 novos casos confirmados da doença.

Até agora são 3.298 infectados pela doença e 116 óbitos em moradores de Curitiba.

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