O Grito da mulher que Renasce é levado ao teatro

Grito da mulher
Foto: Divulgação

Dia 3 de outubro estreia a peça SETE, com direção de Thadeu Peronne. O texto da dramaturga carioca, radicada em São Paulo, Dione Carlos é inspirado na história real da advogada líbia Eman al-Obeidi que invade um hotel e denuncia ter sido estuprada por quinze soldados, durante dois dias seguidos. A peça fica em cartaz até dia 20 de outubro, de quarta a domingo, no MINIGUAÍRA.

SETE reverbera a violência cometida contra mulheres em todo planeta: pode ser contra as ancestrais indígenas e negras, ambas escravizadas nas mãos dos colonizadores ou as mulheres judias em campos de concentração ou, ainda, as meninas mantidas em cativeiro pelo tráfico no Rio de Janeiro, passando pelos barracões de estupro na Bósnia, estupros coletivos no Congo, na Índia, no Brasil…

“O estupro. A morte. As injustiças. A Vida. A incapacidade de comunicação. A ausência de oxigênio. Os exércitos. As balas dos canhões, as metralhadoras… E um universo paralelo, renascimento, morte… SETE fala de tudo isso. É uma denúncia poética que traz para o palco a energia da mulher, um jogo de vozes e harmonias musicais, uma fricção de cores, de sentimentos”, define o diretor Thadeu Peronne.

CONJUNÇÃO CÓSMICA

Peronne também gosta de pensar SETE como “uma conjunção cósmica com a psiquê humana. SETE pulsa no universo como um pedido de justiça. Um texto providencial nos dias de hoje. É para catapultar emoções num universo realista não muito distante do que estamos vivendo hoje.  Para nos fazer renascer e ir para frente nesse mundo em que se vive no limiar do humano”.

Além das apresentações, estão previstas palestras sobre os temas que permeiam a peça como violência, opressão e cultura do estupro.

No palco, os atores Ana Paula Taques, Erica Colognezi, Geisa Costa, Gideão Ferreira e Leonardo Goulart. Basicamente, não há personagens, mas vozes/figuras. Também não há linearidade dramática. Há paisagens. Em alguns momentos o que se pode definir por “cosmovisão anímica” ganha o palco. É possível conceber a voz e a alma de objetos inanimados como uma faca ou uma banheira. SETE possibilita, ainda, uma aproximação com a antiguidade clássica. Assim como em Antígona, de Sófocles,os códigos da sociedade são desafiados.Para os egípcios, Sethe era o Deus do caos e da guerra, presentes no imaginário de SETE. A peça é permeada pela espiritualidade.

A dramaturga Dione Carlos lembra que “o diretor Thadeu Peronne está há sete anos batalhando para montar a peça e agora consegue. Sete anos para montar SETE, isso deve significar algo, talvez saibamos um dia…Eu acredito realmente que o texto escolhe as pessoas e ele deve ter sido escolhido por esse texto que é o despertar de Lilith, é Iansã tomando parte do fogo de Xangô para si… É o momento de virada das mulheres, em que passamos da paralisia causada pela dor e a ignorância, ao movimento que o renascimento e o conhecimento trazem”.

SERVIÇO:
SETE

Data: 03 a 20 de outubro

Horário: quarta, quinta e sexta, às 20h
sábado, às18h e 20h
domingo, às 17h e 19h

Local: MINIGUAÍRA – Rua Amintas de Barros, s/nº

Ingresso: R$ 15 (inteira) R$ 7,50 (meia) – Comprar no local ou no site http://www.ticketfacil.com.br/

Classificação: 14 anos

Duração: 60 minutos

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