Prefeito decretou luto oficial e destacou também o respeito a todos os outros curitibanos que morreram vítimas do novo coronavírus.
Por: Lucas Sarzi | Ric Mais
O prefeito Rafael Greca lamentou e decretou luto oficial por Valdirene Aparecida Ferreira dos Santos, a primeira servidora da saúde a perder a vida na luta contra o novo coronavírus. A técnica de enfermagem, que tinha 40 anos, estava internada há quase um mês na UTI do Hospital Onix, lutando para viver, mas não resistiu.
“A cidade de Curitiba, através de sua Prefeitura, presta sentida e solene homenagem à técnica de enfermagem Valdirene, que faleceu vitimada pelo covid-19 no cumprimento do seu dever. #OrgulhoDeCuritiba, admirada e eficiente profissional de saúde, atuava na UTI do Hospital Marcelino Champagnat”, disse Rafael Greca.
Segundo o prefeito, ao decretar luto oficial, também enfatizou o respeito pelos outros 15 curitibanos que perderam a vida por causa da pandemia. “Nosso pedido a Deus Misericordioso – de todas as religiões – que os acolha na sua paz. Possam os anjos velar seu repouso com cânticos de glória”.
Rafael Greca destacou que, por ser Valdirene a primeira profissional de saúde morta em Curitiba por coronavírus, “fique registrado tributo de gratidão a todos que atuam à cabeceira dos doentes e nos serviços de saúde, velando pela vida humana“. O prefeito também pediu que a população não relaxe nos cuidados. “Veemente apelo à população para que não relaxe no devido isolamento social com responsabilidade“.
Morte da primeira profissional de saúde de Curitiba é lamentada
Segundo a Associação Paranaense de Enfermagem (Apenf), Valdirene cuidou de um paciente acometido pelo vírus e continuou trabalhando até o dia 27 de março, quando fez seu último plantão. “Informações sobre a saúde dela, anteriormente divulgadas, fazem parte do prontuário médico da paciente, e portanto, não podem ser divulgadas“, disse o posicionamento da Associação.
Para a presidente da Apenf, Rita Franz, a morte de Valdirene é avassaladora. “Cada número para nós tem rosto, nome, família. Estamos na linha de frente no combate a um vírus que pouco sabemos a respeito”.
Em nota, o Hospital Onix, onde Valdirene ficou internada, destacou que as informações sobre pacientes são restritas aos familiares e não serão divulgadas à imprensa. A Secretaria Estadual de Saúde (Sesa) lamentou a morte da técnica em enfermagem.
Já o Hospital Marcelino Champagnat, onde ela trabalhava, não comentou sobre o histórico de saúde, mas disse que Valdirene “recebeu todos os recursos disponíveis para a assistência e comunicação com a família”. O hospital também destacou que fez uma triagem de todos os colaboradores, “tomando medidas extras para proteger àqueles enquadrados nos grupos de risco como afastamento e mudança de local de trabalho, de acordo com o Ministério da Saúde”.
Profissional de saúde recebe homenagem em Curitiba
No começo da noite deste domingo, Valdirene recebeu uma homenagem em Curitiba. O ato foi feito pelo Sindicato dos Servidores Municipais de Enfermagem (Sismec), que fez uma fila de carros com alerta ligado em frente ao Hospital Marcelino Champagnat. “Junto disso, um minuto de silêncio. Um simples ato, mas uma grande homenagem a nossa colega Valdirene”, destacou Cleo Silva, a diretora do Sismec.