São Paulo/SP 13/11/2020 – A fáscia armazena eventos físicos como as contrações musculares associadas ao estresse, mas que podem ser resolvidas com a liberação miofascial.
Técnica consiste em aplicar pressão em pontos da membrana que envolve os músculos.
Muitas são as técnicas manuais utilizadas em diversos tratamentos fisioterápicos e, segundo a fisioterapeuta Priscila Tavares Elias Buono, uma delas tem se mostrado grande aliada para a saúde dos músculos: a liberação miofascial. “Conheci esta técnica ainda no período da faculdade e de lá para cá venho me aprofundando nela, que consiste em aplicar uma pressão em alguns pontos do corpo do paciente para, entre outros benefícios, aumentar a amplitude e restaurar a qualidade dos movimentos, além de aliviar dores”.
Segundo a empresa Ibope Inteligência, em pesquisa realizada em agosto de 2017, 63% dos entrevistados apresentavam alguma dor muscular, tendo 57% afirmado ter esse tipo de dor pelo menos uma vez na semana. “Muitos são os gatilhos, ou seja, os pontos de tensão muscular que acometem os pacientes, entre eles as posturas inadequadas por grandes períodos, questões emocionais, treinos físicos em excesso, sedentarismo, lesões e outros”.
É neste momento, de acordo com Priscila, que um diagnóstico de problemas na fáscia pode ser realizado, com a palpação do paciente para identificar as áreas e trajetos que estão com tensão. “A fáscia é uma membrana de tecido conjuntivo que envolve os músculos, ossos, nervos e vasos sanguíneos, ou seja, uma rede que conecta o corpo. A principal função desta membrana é reduzir o atrito entre os músculos e protegê-los. Quando aplicamos a técnica de liberação miofascial, o objetivo é justamente fazer uma harmonização desta movimentação muscular através da manipulação e consequente liberação desta membrana”.
A profissional explica que a técnica é realizada com a combinação de três movimentos: o tradicional, de deslizamento, a fricção e o amassamento. “Já tive casos complexos em consultório, em um deles o paciente tinha dores recorrentes na região cervical, que se estendia em todo o músculo trapézio superior bilateral. Como havia o relato de muita dor e dificuldade em realizar algumas atividades do dia a dia, iniciei com a eletroterapia (analgesia) e exercícios terapêuticos básicos. Após uma semana, optei por entrar com a liberação miofascial e tive sucesso na escolha, pois o paciente apresentou uma melhora do quadro clínico com apenas seis sessões e pode voltar à total funcionalidade em apenas três semanas”.
O estresse é outro fator que Priscila aponta como prejudicial à fáscia. “Por ser um órgão sensorial, com muito mais receptores nervosos do que o tecido muscular, abastecida por receptores sensoriais entre outros componentes do sistema nervoso, a fáscia armazena eventos físicos como as contrações musculares associadas ao estresse, mas que podem ser resolvidas com a liberação miofascial”. A fisioterapeuta alerta que durante a execução da técnica ocorre um desconforto natural no paciente, causado pela pressão na pele, mas que é seguido de uma sensação de alívio da dor e um conforto recompensador.
Para quem tem interesse em experimentar o método em caso de diagnóstico positivo para este tipo de problema, Priscila alerta sobre as contraindicações. “Não é possível aplicar em casos de hipersensibilidade a dor, infecções, hematomas, deficiência circulatória aguda, mulheres no primeiro trimestre da gravidez, tumores, lesões agudas entre outras situações específicas”. Mas ela registra que em todos os casos que já utilizou a liberação miofascial os feedbacks foram muito positivos, como melhora da circulação e da respiração, sensação geral de bem-estar, aumento da consciência corporal, relaxamento da musculatura, além do já esperado aumento da mobilidade e diminuição da sobrecarga dos músculos. “É muito gratificante poder entender e aplicar uma técnica que traz conforto e tantos benefícios para os pacientes”, finaliza.
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