“Sem Reclamar” oferece diferentes experiências de acesso à música para pessoas com e sem deficiências.
No dia três de dezembro, Dia Internacional da Pessoa com Deficiência, a compositora, cantora e mulher cadeirante, Amanda Lyra, lança “Sem Reclamar”, canção que critica o olhar capacitista das pessoas sem deficiências para com a diversidade de corpos que existem. A música vem acompanhada do primeiro videoclipe da artista, uma produção audiovisual acessível, com elenco composto apenas por pessoas com deficiências em um lugar de protagonismo e destaque.
“É um presente para as próximas gerações de pessoas com deficiência que vão poder ocupar lugares que até então não eram pensados para elas. A ideia é desmontar o estereótipo triste e assistencialista que a sociedade alimentou por tanto tempo como o padrão de representação de pessoas com deficiências”, comenta a compositora.
O roteiro traz pessoas com deficiência num lugar onde elas não estão acostumadas a serem reconhecidas: sendo protagonistas na interpretação de papéis que as representam como são. “Eu me senti muito bem ocupando um espaço que jamais imaginei que podia ser meu”, relata a estudante de psicologia Tauani Vieira, que aparece em frente ao espelho, se maquiando.
Toda a comunicação musical do vídeo foi pensada por uma equipe de pessoas com deficiência para contemplar as diferentes linguagens de acesso à música e o seu significado. Quem não vê com os olhos, haverá uma segunda versão do clipe com audiodescrição, o que também possibilitará a reprodução da obra em um podcasts. Esse roteiro e a letra da música serão disponibilizados em texto, para que pessoas surdo-cegas tenham acesso ao conteúdo por meio de uma página acessível para a navegação com display braille.
Além da janela de libras, outro recurso para pessoas surdas e com baixa visão, é o estilo de legenda, dinâmico e colorido, para ser acompanhado como karaokê, em alto contraste e em uma velocidade pensada para facilitar a compreensão de pessoas neurodiversas — e também as neurotípicas.
“Sem Reclamar” se coloca como clipe-protesto e quebra com o ciclo da falta de acesso, disponibilizando recursos para que todo mundo possa curtir. Durante as gravações, foram realizadas entrevistas com o elenco e equipe de acessibilidade, abordando suas experiências e perspectivas sobre inclusão, representatividade e acesso. Em breve mais informações sobre o documentário.
Além de casting 100% de pessoas com deficiência, toda equipe do projeto é composta por mulheres.
Sobre Amanda
Amanda Lyra é cantora, compositora, palestrante, produtora e criadora de conteúdo sobre a causa PCD. Busca difundir suas ideias de inclusão, aceitação e positividade. É co-fundadora e organizadora do Projeto Solyra, que leva música para mais de 1.500 alunos com deficiências em Curitiba e Região Metropolitana. Participou da elaboração dos termos do Decreto nº1049 de 2020 – que Institui o Plano Decenal dos Direitos da Pessoa com Deficiência do Município de Curitiba. Está à frente do setor de Acessibilidade da i-Cherry (grupo WPP), agência de publicidade e performance digital.
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