O tema de hoje é a ancestralidade, um assunto fundamental dentro do Sagrado Feminino para entendermos quem somos e o mais importante: o que precisamos curar em nós.
Todas nós, mulheres, trazemos na nossa história construções de nossas mães, tias, avós, bisavós, tias avós… as mulheres mais velhas que compõem nossa estrutura familiar. Somos a convergência de uma grande rede de pessoas, nossos ancestrais.
Junto com essas construções carregamos na nossa bagagem da vida as crenças, os medos e conflitos, as dores e dificuldades que referenciam nossa estrutura e que ecoam em nossas mentes, almas e corpos.
Resgatar a nossa ancestralidade com respeito e parcimônia pode permitir que o mergulho que vamos dar dentro de nós mesmas seja menos turbulento.
Você é a sua mãe, a sua avó, a sua tia, a sua bisavó
Os idosos muitas vezes são esquecidos, e com isso são esquecidas também as memórias e histórias que fazem parte do alicerce da nossa construção.Com isso, sem perceber, perde-se elementos importantes que poderiam auxiliar na análise da vida e dar referências para comparar eventos atuais com possíveis situações anteriores.
Sem essas referências, é quase impossível analisar e comparar possíveis ciclos de repetição entre as gerações. E muitas vezes é aqui que estão as dores, as culpas, os medos, os conflitos e as crenças. É neste ponto que acontece um profundo mergulho dentro de si e neste mergulho você pode encontrar a cura para muitas feridas, dores, paradigmas, e enxergar, finalmente, a perspectiva para um novo caminho.
Tem um ditado que diz que “quando uma mulher cura a si mesma, cura todas as mulheres de sua linhagem”. Sim, é verdade.
Olhar para a sua ancestralidade, pode te mostrar que a sua linhagem pede a cura, o encerramento de círculos viciosos ou comportamentos nocivos e cria um novo mundo saudável para as próximas gerações da sua família, meninas e meninos.
Conhecer as histórias das nossas mães, avós, tias e bisavós nos dá condições de analisar as nossas vidas com uma base real, e esclarece as dificuldades para as quais não encontramos resposta. Olhar a nossa história, analisar e entender tudo isso pode permitir o olhar diferente para o padrão de relacionamentos que temos também com o masculino, seja o masculino o namorado, marido, os filhos, irmãos, colegas de trabalho ou chefes.
Honrar a ancestralidade e reconhecer seus esforços, sua força, sua integridade, suas almas e corações, nos liberta de teias emocionais que podem ser seculares.
Honrar a nossa ancestralidade transforma todas as dificuldades em lições de luz que nos conduzirão ao nosso desenvolvimento. O segredo é focar na solução e não no problema.
As mulheres precisam, através da ancestralidade, reencontrar a própria história dentro de si e perceber melhor seus instintos, suas verdadeiras vontades e seus ciclos femininos. Esse processo ajudará a pensar e sentir com uma nova consciência.
Cada família carrega sua história e desafios. O papel de cada mulher é analisar os eventos, encontrar as lacunas, traumas, conflitos, e, sem julgamentos, buscar as dores que ainda latejam e que pedem cura.
Só assim haverá a libertação de suas ancestrais, a sua libertação e isso vai gerar a limpeza e leveza da linhagem para as suas descendentes.
Tudo isso pode doer, vai doer, mas deve ser feito com amor, interesse e no seu ritmo. Esse trabalho de autoconhecimento e autocura acontece devagar, e cada mulher é importante para a teia de cura e positividade.
Comece a conversar mais com as mais velhas. Saber sobre as histórias, e as histórias das histórias. Basta começar.
MENSAGEM DA SEMANA: O sagrado feminino é a espiritualidade feminina e não depende de nenhuma antiga, presente ou futura religião, mas pode e deveria estar integrado a todas as religiões.